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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


terça-feira, 20 de novembro de 2012

LEI DE SOCIEDADE - A Missão dos Pais


                Como todos sabem, os seres infra-humanos tornam-se adultos e portanto independentes dos pais em menos de um décimo do tempo médio de vida da respectiva espécie, enquanto o homem precisa de um terço de sua existência para alcançar a maturidade.
                Em face disso, os cuidados e obrigações dos pais para com os filhos, entre aqueles, são também muitíssimo menores do que na espécie humana.
                O amor dos animais pela prole é mais instinto do que sentimento, e dura apenas enquanto seja necessário protegê-la contra aquilo e aqueles que lhe ameacem a sobrevivência, cessando, geralmente, quando ela se mostre apta a defender-se e a prover-se, por si mesma, do que tenha mister para a sua conservação.
                Nos homens, essa amor não só é mais duradouro, pois persiste até a morte, como se manifesta em maior intensidade, atingindo, não raro, as raias do heroísmo.
                Essa virtude, entretanto, como acontece com as demais, não se acha igualmente desenvolvida em todos os indivíduos.
                Alguns existem que não têm pelos filhos o carinho e a solicitude das aves e dos mamíferos, já que não titubeiam em dá-los ou mesmo abandoná-los à própria sorte desde a mais tenra idade. Tais criaturas não se compenetraram, ainda, de quanto é sagrada a missão de ser pai ou mãe.
                Outros, ao contrário, fazem dos filhos verdadeiros ídolos, que colocam acima de tudo e de todos, inclusive de Deus. Em seu fanatismo por eles, julgam-nos possuidores das mais excelsas qualidades, recusando-se a admitir sejam capazes de qualquer ação menos digna. Daí porque sempre encontram um meio de justificar-lhes os erros e as sordícias, enxergando neles, invariavelmente, vítimas inocentes da maldade do mundo.
                Essa falta de equilíbrio entre o amor materno ou paterno e o senso de justiça, pode levar muitos pais a praticarem crueldades tremendas, desde que se trate de livrar os filhos de um vexame, de dificuldade ou uma sanção dolorosa, embora lhes caiba inteira responsabilidade por tais situações.
                Essa dedicação das mães pelos frutos de suas entranhas, conquanto compreensível e indispensável até certo ponto, pode tornar-se prejudicial se não for controlada pela mente, isto é, se não obedecer aos ditames da razão, porquanto, aqueles aos quais chamamos nossos filhos são, como nós, espíritos em evolução, reencarnados em nossos lares para que os auxiliemos a melhorarem, a se despojarem de suas imperfeições.
                Sob a aparência de angelitude que lhes caracteriza a infância, podem ocultar-se individualidades que se transviaram do bom caminho, necessitadas de reajuste, a exigirem de nós um pulso firme para conter-lhes os maus pendores, a par de segura orientação cristã para que possam reformar seus caracteres, adquirindo o gosto pelo que é belo, puro e nobre.
                Nos primeiros anos de vida dos filhos, mais no período infantil do que na adolescência, é que podem os pais exercer salutar influência em favor do aprimoramento moral deles, através dos bons conselhos e, o que é mais importante, dos bons exemplos que lhes possam oferecer.
                Se se descuidarem disso, ou, movidos por um amor piegas, deixarem sem corrigenda seus impulsos inferiores, vê-los-ão, ao atingirem a maioridade, reintegrarem-se na posse de si tenha unido aqui na Terra será levado em conta por Deus, no sentido de garantir que continuemos juntos no além? E a mãe que haja merecido o céu, poderá trabalhar pela salvação dos filhos supostamente condenados ao inferno, de modo a poder aconchegá-los, novamente, em seus braços?
As almas formam, no outro lado da vida, grupos afins, nos quais todos aqueles que se estimam permanecem unidos, integrando comunidades tanto mais felizes quanto mais perfeitas as qualidades morais que hajam adquirido. Quando uns reencarnam, seja em missão ou em expiação, os outros que se mantêm na pátria espiritual velam por eles, ajudando-os a saírem vitoriosos. Frequentemente aceitam novas encarnações no mesmo país, no mesmo meio social ou na mesma família, a fim de trabalharem juntos pelo ideal comum  ou pelo seu mútuo adiantamento.
Mesmo os que tenham fracassado numa ou mais existências,  e se achem, por isso, em regiões purgatoriais, sofrendo com as conseqüências de seus erros ou de suas paixões infamantes, não permanecem nessa situação mais que o tempo necessário a que se arrependam e se disponham a redimir-se. Tão logo isso aconteça, aqueles que os amam, embora retardando o seu progresso ou renunciando à felicidade a que fazem jus, descem a ampará-los, encorajam-nos e, não raro, precedem-nos no retorno à Terra, para recebê-los em tutela e encaminhá-los na senda do aperfeiçoamento.
Não se creia, todavia, que todos quantos aqui estiveram ligados pelo parentesco mantenham esses mesmos vínculos nas esferas espirituais. Enganam-se os que imaginam seja assim. As uniões, lá, conforme dissemos acima, obedecem à afeição real, à semelhança de inclinações ou à igualdade de nível evolutivo. Destarte, as pessoas que se uniram, neste mundo, apenas pela atração física, por mera conveniência ou por outra razão qualquer, sem que, em tal convívio, a simpatia lhes fizessem vibrar as cordas do coração, estas, em verdade, não tem nenhum motivo para se procurarem no mundo dos espíritos, visto que as relações de natureza carnal ou de interesse exclusivamente material se extinguem com a causa que lhes deu origem.
Pela lei da reencarnação, as almas amigas se mantêm solidárias, não apenas durante o fugaz período que vai do berço ao túmulo, mas pelos milênios afora, gravitando, juntas, em busca de Deus, nosso Pai Celestial.

Do Livro: As Leis Morais – Rodolfo Calligaris


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